quinta-feira, 12 de abril de 2012




A FORMAÇÃO DO EMBRIÃO


A SEGMENTAÇÃO DO OVO

Após a fecundação, a célula-ovo ou zigoto entra logo em segmentação ou clivagem e começa a formar os blastômeros (células embrionárias indiferenciadas). Inicialmente, eles são 2. Logo a seguir 4,8,16,31,64 etc. até formar um maciço celular, que por sua semelhança com a amora recebeu o nome de latino de mórula.
A segmentação da célula-ovo apresenta algumas variações, de acordo com o tipo de óvulo do qual se originou o zigoto.

Segmentação total igual

É observada em zigotos oriundos de óvulos alécitos e metalécitos. A célula se segmenta integralmente em 2 blastômeros iguais. Logo, esses se dividem também segundo um plano de clivagem perpendicular ao primeiro. Surgem 4 blastômeros. Uma clivagem num plano meridiano os divide em 8. Daí por diante, as clivagens ocorrem sem planos organizados, até o aparecimento da mórula. Todos os blastômeros dessa mórula são iguais.
Uma observação interessante: à proporção que os blastômeros se multipliquem, ficam cada vez menores, porque as mitoses se sucedem sem que haja tempo para o aumento de volume das células. Como conseqüência, a mórula tem um volume aproximadamente igual ao do zigoto que lhe deu origem.

Segmentação total desigual

É observada em zigotos decorrentes de óvulos heterolécitos. Como, nesses o vitelo se encontra misturado com o plasma germinativo (citoplasma) apenas no pólo vegetativo, ocorre que, nas duas primeiras clivagens, todos os blastômeros possuem um pouco de vitelo. Mas, da clivagem meridiana (transversal), resultam e blastômeros com vitelo (num hemisfério) e blastômeros com vitelo (no outro hemisfério). Considerando que a presença do vitelo prolonga o tempo de duração das mitoses, os bastômeros sem vitelo reproduzem-se mais depressa do que os que o possuem. O resultadi é uma mórula desigual, contendo um grande número de micrômeros (blastômeros pequenos) num pólo e um pequeno número de macrômeros (blastômeros grandes) no restante dela.

Segmentação parcial discoidal

É o tipo de clivagem que ocorre com zigotos provenientes de óvulos telolécitos (aves e répteis). O vitelo, quando puro, não sofre segmentação. Então, neste tipo de zigoto, em que o vitelo ocupa quase toda a célula, a segmentação é parcial, pois só ocorre na cicatrícula. E, assim, surge uma mórula achatada, discoidal, na superfície da grande massa vitelina, representada pela gema do ovo.
Segmentação parcial superficial
Pode ser observada com zigotos provenientes de óvulos centroléctios, como o das moscas, por exemplo. Neste óvulos, o vitelo se localiza no centro, ficando o citoplasma em sua maior parte situado na periferia. A segmentação, então, ocorre nas porções que envolvem o vitelo. É bom lembrar que o núcleo é circundado por uma pequena quantidade de citoplasma e também fica no centro da célula. Assim, quando o núcleo se segmenta várias vezes seguidas, os novos núcleos vão para a periferia e comandam a segmentação do citoplasma que ali se encontra. A conseqüência final é que surge um corpo multicelular cujas células estão na periferia, envolvendo a massa vitelina.

BLÁSTULA E DA GÁSTRULA

A formação da gástrula apresenta a partir da blástula apresenta notável diferença conforme seja estudada num animal inferior (o anfioxo, por exemplo) ou no homem. O anfioxo é um pequenino animal marinho, com aspecto parecido com o de um peixe. Durante sua formação embrionária, a blástula começa a sofrer invaginação num dos pólos. A invaginação se acentua até que esse pólo encontre o outro. A essa altura, o corpo multicelular assume o formato de um balão, cuja parede é constituída de duas camadas, e dotado de uma boca. A boca desse "balão" recebe o nome de blastóporo. Esta formada a gástrula.
A formação da gástrula pelo processo visto, é chamada de gastrulação por embolia. E a gástrula com apenas dois folhetos embrionários (ectoderma e endoderma) é a gástrula didérmica.
Nos mamíferos, ocorre a gastrulação por epibolia. A blástula (aqui também chamada blastocisto) mostra como uma esfera formada de uma só chamada de células. Mas num dos pólos dessas blástula encontramos um grupamento de células voltado para a cavidade blastular que recebe o nome de embrioblasto. É a partir do embrioblasto que vai originar-se a gástrula e, por conseguinte, o embrião. A camada de células que delimita toda a blástula é chamada de trofoblasto. Ao trofoblasto vai competir formar a placenta.


As células do embrioblasto começam a se organizar, formando duas camadas superpostas: o ectoderma (com células altas) e o endoderma (com células pequenas). As duas camadas juntas constituem o disco embrionário. Quando vistas de cima, revelam contorno circular ou discóide. Acima do disco, fica um pequeno espaço sem células, que é vesícula. Abaixo, surgirá, em breve, outra cavidade, que será a vesícula vitelina.
O recurvamento dos bordos dos disco embrionário para baixo (como um disco de cera que derretesse sobre uma pequena esfera) faz com que ele assuma o formato de um balão de paredes duplas. O que isso lhe sugere? Claro que já é a gástrula didérmica. Repare, então, que a gástrula, nesse caso formou-se "dentro" do blastocisto ou blástula e não "a partir"dele, como no caso do anfioxo.
A gástrula didérmica deve evoluir para gástrula tridérmica. Oara isso, deverá surgir um terceiro folheto embrionário – o mesoderma -, que se situará entre o ectoderma e o endoderma. A fim de que isso ocorra, uma região do endoderma, chamada mesentoderma, forma duas evaginações laterais, que acabam por se transformar em duas bolsas. Essas bolsas, finalmente, se estrangulam e se desprendem do mesentoderma que lhes deu origem. O desenvolvimento dessas bolsas levará ao aparecimento dos dois folhetos mesodérmicos, dos quais um ficará aderido ao ectoderma, com ele formando o que chamanos de somatopleura, e o outro ficará agrupado ao endoderma, formando juntamente com ele a esplancnopleura. O espaço interior do corpo embrionário delimitado pela somatopleura e pela esplancnopleura recebe o nome de celoma.
Enquanto o mesoderma se forma, simultaneamente o ectoderma sofre, ao longo do dorso da gástrula, um aprofundamento em forma de sulco. Os bordos desse sulco se fecham e surge um canal ou tubo que se desprende do ectoderma que lhe deu origem. Essa formação é o tubo neural. Ao mesmo tempo em que isso se passa o mesentoderma também sofre uma evaginação longitudinal, que acaba por dar origem a um cordão que dele se desprende. Esse cordão longitudinal que se situa entre o tubo neural e o arquêntero é a notocorda, notocórdio ou cordão dorsal.



NÊURULA
Chama-se  de neurulação  o processo em que a placa neural e as pregas neurais são formadas, e o fechamento que forma o tubo neural. Neste processo, o embrião pode ser chamado de nêurula.
A placa neural desenvolve-se a partir do ectoderma embrionário e quem induz este processe é a notocorda. O sistemanervoso então é derivado de ectoderma da placa neural.
A placa neural origina-se próxima ao nó primitivo, e se alonga até a membrana orofaríngea e se invagina, formando o sulco neural com as pregas neurais. Estas pregas fundem-se, originando o tubo neural, que se separa da ectoderme. A ectoderme superficial irá se diferenciar na epiderme.
A crista neural é formada a partir das células neuroectodérmicas e se divide em duas partes que originam os gânglios espinhais e cranianos. As células da crista neural originam os gânglios espinhais e os gânglios do sistema nervoso autônomo, além de formar a bainha de nervos e meninges do cérebro.


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