quinta-feira, 22 de março de 2012



ESTUDO DOS TECIDOS

 Preparo de cortes Histológicos
Os cortes são derivados da remoção de pequenas amostras representativas de tecidos, cortadas em fatias muito delgadas, apropriadas para o estudo microscópico, para o M.O.; em geral os cortes são preparados pela técnica de parafina ( lâminas permanentes).


TÉCNICA DE PARAFINA PARA PREPARO DE CORTES
1. Amostra de Tecido:  A amostra deve ser pequena, obtida através de excisão cirúrgica (biópsia), ou pós morte (necropsia).  A amostra não deve exceder 1 cm, em qualquer dimensão. Este tamanho  pode variar em função do tipo de equipamento apresentado pelo laboratório, onde o corte será preparado.  Não pode-se esquecer da identificação da amostra

2.Fixação:  Os fixadores objetivam endurecer os tecidos moles  e prevenir a deterioração e outras alterações estruturais indesejáveis nas células e nos tecidos. Atuam como coaguladores proteícos. Evitam a digestão das células pelas enzimas celulares por ela liberadas após a morte, o que danificaria os tecidos para o exame microscópico. Apresentam também ação anti-séptica matando bactérias e outros agentes causadores de doenças nos tecidos infectados, que poderiam, eventualmente, ameaçar a saúde dos que manuseiam tais tecidos.  O fixador mais comum é a solução de formal à 10%;  outros fixadores: álcool, fixador de Bouin, Zenker.

3. Lavagem:  O primeiro passo da técnica consiste em deixar a amostra sendo lavada em água corrente por um período de 12 horas, será removido assim o excesso de formol.

4.Desidratação:  O objetivo da técnica de parafina é substituir a água dos tecidos pela parafina. Como a parafina não é solúvel em água, é necessário primeiro retirar a mesma da amostra de tecido. Isto é feito em dois estágios:
1º - Substituição da água por álcool - passa-se o tecido em várias soluções de álcool com o aumento de graduação na concentração, num amplo período de tempo.
- álcool 70º -  1 a 2 hs
- álcool 80º -  1  h
- álcool 90º -  1  h
- álcool 96º -  1  h
- álcool 100º- 1  h
- álcool 100º- 1  h
2º - Clarificação ou Diafanização - Substituição do álcool por um solvente de parafina
miscível com o álcool. Usa-se o Xilol como solvente. Passa-se o tecido em várias trocas de
Xilol até que o álcool seja substituído por este. O tecido fica meio transparente.
- Xilol I -1  h  Xilol II- 1  h   Parafina I - 1 h  Parafina II -1 h 4

5. Inclusão:  Coloca-se a amostra impregnada por xilol em 2 trocas de parafina líquida aquecida. O tecido logo fica inteiramente saturado com parafina, sendo que, a cera líquida passa a ocupar todos os espaços do tecido, que antes continha água. Este procedimento é feito dentro da estufa. A cêra endurece a medida que esfria, onde monta-se o bloco de parafina (emblocagem), para que possa ser cortado em fatias delgadas.

6. Microtomia :O bloco de parafina é colocado em peças de madeira para ser colocado no micrótomo; onde se desbasta a parafina até chegar ao corte, após gradua-se o micrótomo para cortes de 3 a 6 um, onde sairão os cortes desprendendo-se da navalha, com suas bordas aderidas aos cortes vizinhos de modo a constituir uma fita da qual, cada um deles é, individualmente, separado com facilidade.

7. Confecção da lâmina: Os cortes são esticados em água morna, e depois colocados em lâminas contendo albumina de Meyer, para fixar o corte à lâmina. (lado brilhante voltado para o vidro). Deixar escorrer o excesso de água, e levar as lâminas para estufa, onde se deixa secar completamente e começar a derreter a parafina. Outra maneira é esticar os cortes em álcool a 20%  e depois passar pela gelatina, dispensando a albumina.

8. Coloração: A maioria dos tecidos são incolores, o que torna difícil sua observação ao microscópio óptico. Devido a isto, foram introduzidos métodos para a coloração dos tecidos de modo a tornar seus componentes visíveis e destacados uns dos outros.  A coloração é feita usando geralmente misturas de  substâncias químicas denominadas corantes. A maioria dos corantes usados em histologia comporta-se como  ácidos ou básicos e tendem a formar ligações salinas com radicais ionizáveis presentes nos tecidos.  Os componentes dos tecidos que se coram facilmente com corantes básicos são chamados basófilos, sendo chamados de acidófilos os que se liga a corantes ácidos.  A hematoxilina não é um corante básico, mas  comporta-se como tal, ligando-se as estruturas basófilas dos tecidos. A eosina é um corante ácido. A coloração dupla pela Hematoxilina e pela Eosina ( H - E ) é a mais utilizada na rotina em histologia.
 * Hematoxilina - coram núcleos de azul
 * Eosina - coram citoplasma róseo


Figura 1 - Estudo microscópico das estruturas celulares do pedículo de base inferior da mama. A. Retirada da amostra cirúrgica (2x3cm) do pedículo inferior. B. Blocos de parafina com tecidos do pedículo. Lâminas preparadas com coloração em HE. C.  




 PEREIRA REIGINER, Regina C. Histologia Básica. Disponível em:  http://www.urcamp.tche.br/histologia/atlas/docs_histo/POLIGRAFO_HISTOLOGIA_I.pdf , acessado em   10 de março 2012.

DIAS DOS REIS, Gilberto Marcos.A Técnica do Pedículo de Base Inferior em Mamaplastia Redutora e Mastopexia Causa Quistos?. Disponível em: http://www.rbcp.org.br/detalhe_artigo.asp?id=102Acessado em 10 de março 2012.

Nenhum comentário:

Postar um comentário